Tuesday, September 05, 2006

Verdade...



Aquele momento fatídico de que todos falamos mal e que todos tememos, mas que constantemente marca presença ao longo da nossa vida até o derradeiro desenlace...
Aquele simples instante em que a verdade nos parece um camião a atropelar-nos, um lento mas insistente cerco...
Recentemente o pai de um amigo meu morreu após quase dois anos de tormento devido a um cancro. Nada de que ninguém não estive à espera para alguém que já não conseguia sair duma cama... uma sombra...
Encontramo-nos nesse dia.... e após uma manhã de altos e baixos... essa meu amigo partiu para onde não queria ir, mas que também não queria faltar. Aquando a sua ida, apercebi-me do jipe que o esperava: um BMW, último modelo... e então o pensamento mais irritante me ocorreu e não me abandonou durante o resto do dia: o desgosto, a morte, é um pau de dois bicos... com ela vem sempre um luxo despropositado.
"Ninguém morre acompanhado, nem assim o vive. Todos vivemos sozinhos e assim morremos. Ninguém acompanha ninguém para a morte. Ninguém morre acompanhado, nem assim o vive."