Friday, June 05, 2009

Alguém viu como és?

Conheces-me melhor que a ti mesma.
As minhas feições são uma visão constante na tua existência,
as tuas... alguém as viu? Sabes como são?

Não me falas, apesar de todo este tempo juntos
não me dirigiste uma única palavra,
não me dirigiste um único olhar.

Ou isso penso, nem sei a cor dos teus olhos....

Desapareces na escuridão, revelas-te na luz, por muito ténue que seja.
Às vezes parece que me tentas tragar no teu olvido,
abraças-me, cobres todo o meu corpo,

mas não passas de uma sombra,
um espelhismo de algo vivo,

na escuridão pareces maior que o mundo,
mas não me tocas.

Não passas de uma sombra,
a minha sombra.

Thursday, June 04, 2009

Monstros sem forma.


Infinito azul profundo, um azul que se transforma constantemente,

Um azul que engloba o vermelho, que engloba o negro da noite.


Um pasto de seres complacentes, monstros serenos, abstraídos em si mesmos,

símbolos de eterno desejo por pastos mais verdes,

mais constantes na sua cor e espaço...


Olho, reparo, observo, analiso...

nada mais vejo que a cor em si, por muito difusa ou subtil que seja.


Esperava ver algo mais?


Uma das bestas aproxima-se, abre su ventre, verte o seu conteúdo,

tenta influenciar um pasto mais verde, fora de seu alcance,

tenta tocar-lhe, nem que para tal tenha que destruir a sua forma.


Está a chover...

e eu sem um abrigo.